sábado, 21 de fevereiro de 2015

O povo judeu e as Profecias Bíblicas

Os céticos têm pedido uma prova irrefutável da existência de Deus e dito que não podemos usar a Bíblia para provar a Bíblia porque isso é argumento circular. Eles não levam em conta que há um paralelo entre as afirmativas bíblicas e os fatos históricos. Podemos usar a Bíblia comparando as suas profecias com eventos históricos para provar a sua idoneidade. Diante do exposto abaixo é apenas uma questão de aceitar ou não:


O Povo Judeu e Israel - uma prova da existência de Deus
Quando alguém na universidade me pergunta q
ual a maior prova da e
xistência de Deus eu respondo sem titubear: o povo judeu e Israel! Existem profecias tão específicas e detalhadas em relação ao povo judeu e a terra de Israel que não podem ser ignoradas. Citarei apenas algumas poucas, mas substanciais profecias.

O anti-semitismo e o HolocaustoOs profetas do Antigo Testamento predisseram que por causa da obstinada rebelião do povo jud
eu contra Deus eles seriam objeto de desprezo, ódio, zombaria, seriam escravizados e mortos por povos estranhos, espalhados por todas as nações do mundo e qu
e depois Deus os reuniria de volta à sua terra (Neemias 1.8 e 9). Essas profecias surpreendentes se cumpriram cabalmente na existência deste povo, a história testifica isso com farta documentação. O anti-semitismo e o Holocausto foram preditos pelos profetas hebreus e o cumprimento destas profecias é um fato insofismável.

Diáspora e SionismoTodos os povos que foram expulsos de suas terras e passaram mais de 400 anos sem uma pátria se extinguiram (os assírios, os babilônios, os medos-persas etc.). Não existe paralelo na história da humanidade, exceto os judeus que em 70 D.C. foram espalhados por todo o mundo, sofreram perseguição em todos os lugares (Jeremias 29.18; 44.8), mas mantiveram-se como uma nação étnica identificável. Após c
erca de 18 séculos depois de sua dispersão o povo judeu começou a retornar à sua pátria (Ezequiel 34.11,13,28 e 30).

O Deserto FloresceIsaías profetizou que Israel floresceria como um botão de uma rosa e que exportaria flores e frutos ao mundo (Isaías 27.6).

O impressionante é que na época em que Isaías fez tal profecia Israel era um deserto infértil e quase ninguém levou à sério o que ele disse ignorando-o como um louco.

Após o retorno do povo judeu para a sua terra em 1948 eles encontraram uma terra desértica - com exceção de algumas áreas pantanosas - e improdutiva. Eles drenaram os pântanos de águas salobras e cultivaram a terra, fizeram um excelente trabalho de reflorestamento e com o aumento das áreas florestadas vieram as chuvas e surpreendentemente, após mais de 2700 anos, o deserto floresce exatamente como foi profetizado. Hoje Israel exporta flores para a Holanda que é o maior produtor de flores do mundo. Exporta frutos para vários países da Europa e é incontestavelmente uma potência em tecnologia agrária. (na foto o deserto de Negev em Israel)

Um Cálice de Tontear

A Bíblia afirma que Deus faria de Jerusalém (uma cidade sem nenhuma importância no cenário mundial naquela época) um cálice de tontear, uma pedra pesada para todas as nações e que todos que tentassem removê-la do seu lugar se feririam gravemente (Zacarias 12. 2,3,6,8 e 9). Isso soa familiar para você?

Lembram das guerras árabe-israelenses? Israel prevaleceu de maneira fulminante sobre um inimigo superior em número de soldados, armas e tem auto-suficiência para expulsar a todos os inimigos invasores (lembrar das guerras depois da criação do Estado de Israel, principalmente a Guerra dos Seis Dias em 1967 - foto).

Israel é uma democracia em um mar de ditaduras, um país cercado por visinhos que juraram exterminá-lo. Não, os árabes não intencionam implementar algum sistema de governo ou conseguir algumas terras para os Palestinos, mas terminar o que Hitler não conseguiu terminar com a sua proposta de uma “Solução Final”. Sim, o desejo declarado dos árabes é o extermínio de todos os judeus.

Armagedon

A história mais assombrosa de Jerusalém ainda está por ser escrita. O rápido desenrolar dos eventos no Oriente Médio aponta quase diariamente em direção ao Grande Final – o tempo de maior sofrimento para o povo judeu em torno do mundo, que terá seu clímax na terrível batalha do Armagedon e no retorno glorioso do Messias que resgatará Israel e reinará sobre o mundo a partir do trono restabelecido de Davi em Jerusalém (Zacarias 14.2-4).

Muito poderia ser dito, mas isso serve apenas como uma breve introdução à respeito das incontestáveis profecias cumpridas literalmente na existência do povo judeu.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O Protestantismo

reforma

“Eu não me envergonho do evangelho de Cristo, pois ele é a força de Deus para salvação de todo aquele que acredita, do judeu em primeiro lugar, mas também do grego. Pois nele está a justiça de Deus revelada pela fé e na fé, como está escrito: ‘o justo viverá pela fé’.”
No século 16, uma série dramática de protestos religiosos, sociais e políticos, produziu uma nova e influente forma de cristianismo que logo cresceria para rivalizar com o católico e o ortodoxo, como o terceiro grande ramo da maior religião na Europa.
Mais tarde, o protestantismo se espalharia mundialmente em um dos maiores movimentos religiosos da história.
O protestantismo ou cristianismo protestante ganhou o seu nome do “Protesto”, que foi um documento de protesto editado em 1529 por seis príncipes alemães e representantes de 14 cidades ao sul da Alemanha.
Esta aliança se rebelava contra as decisões religiosas da assembléia imperial de Speyer, que tentava unificar territórios do Sacro Império Romano, que seriam as terras das modernas Suíça, Áustria e Alemanha, impondo uniformidade de culto. O documento declara dois princípios que estão no âmago da compreensão protestante do cristianismo.
O mesmo par de princípios fora declarado pelo padre alemão Martinho Lutero em seu famoso confronto tanto com a Igreja Católica Romana quanto com o Sacro Império Romano, em 1521.
O primeiro princípio é o de que a palavra de Deus é uma autoridade maior do que qualquer autoridade humana.
O segundo princípio é o de que só a consciência justifica a oposição a certos decretos eclesiásticos.
Na cidade de Worms, uma combinação de soberanos territoriais e líderes da Igreja se encontraram na chamada Dieta de Worms, e convocaram Lutero a se apresentar exigindo que ele se retratasse de suas doutrinas.
O confronto entre Lutero e a Igreja Católica Romana levaria ao “Protesto” oito anos mais tarde.
O protestantismo começou como um movimento modesto para tratar de certos problemas na estrutura existente da Igreja e do Estado. Lutero apelava para a consciência contra a autoridade eclesiástica, mas por outro lado alertava seus seguidores mais radicais de que não se podia permitir qualquer visão teológica.
Os contestadores em Speyer pediam liberdade de consciência religiosa, mas só para defender sua própria interpretação do cristianismo.
“Duas coisas ocupam o âmago da tradição protestante:
Uma é confiança na autoridade da escritura. Este antigo conjunto de escritos esclarece o modo de vermos o mundo.
O segundo tema no âmago e cerne do movimento protestante tem sido essa convicção de que nós somos perdoados, embora sejamos imperdoáveis. Que não precisamos merecer nossa salvação. Ela nos é dada de graça, como um dom. Nós temos a liberdade de ser o que somos”. (Brooks Holifield – Professor of Church History, Emory University)
A invenção da imprensa por volta de um século antes estava tornando cópias da Bíblia mais amplamente disponíveis. Vários cristãos passaram a decidir por si sós qual o sentido da Escritura.
Apesar de não chegarem a um acordo, a primeira geração de protestantes queria que seus seguidores tivessem as mesmas convicções teológicas. Eles se concentravam no que julgavam ser os erros da Igreja. Segundo a confissão de Genebra, concentrando-se a glória em Deus, os protestantes não sucumbiriam à glorificação de coisas humanas que se tornara tão saliente na Igreja Católica Romana.
A reforma no Sacro Império Romano logo tinha duas facções: uma, liderada por Lutero ao Norte, e outra, por Ulrich Zwingli, ao Sul.
Um outro princípio protestante inicial foi chamado de “sacerdócio universal dos fiéis”. Esse princípio não significava que não deveria haver pastores, nem significava que a hierarquia social deveria ser abolida. O “sacerdócio dos fiéis” significava que todas as pessoas possuíam acesso imediato a Deus. Que elas não precisavam da mediação de um padre.
Lutero defendeu algo parecido ao proclamar que todos os cristãos batizados são sacerdotes. Assim, cada pessoa tem o direito e mesmo a obrigação de se preocupar com o que está certo ou errado em matéria de fé. Os leigos não deviam ser intimidados por aqueles que alegam que essa tarefa é para especialistas. Lutero tinha interesse em examinar a natureza da vida religiosa, talvez por ter sido monge. Agora, ele argumentava que qualquer trabalho honesto feito a serviço de Deus é considerado como vida religiosa. Ele também defendia que todas as vocações são iguais perante Deus. Mas uma outra implicação surgiu de um novo foco protestante sobre a Bíblia.
A Bíblia foi traduzida para as línguas vernáculas e foi impressa e distribuída para leitura e interpretação. Os protestantes chamavam a Bíblia de fonte e autoridade da fé. E eles a viam como um livro para o povo, como o centro da devoção e do culto particular e coletivo. Mas persistia um problema. Já que os protestantes afirmavam que todos na igreja são pastores, por que haveria designações especiais?
A maioria dos primeiros reformadores acreditava que se deveria escolher pastores para a realização de certas tarefas. A Bíblia não era para ser compreendida, mas sim dramatizada. Tornou-se mais importante do que nunca que leigos soubessem ler e que fossem educados nas doutrinas básicas da fé.
A tarefa do pastor não era tanto a de conduzir um ritual formal, mas sim a de expor a Palavra ou anunciar o Evangelho. Assim, o sermão tornou-se o evento central do culto religioso. Alguns grupos como os quakers em meados do século 17 eram contra os chamados “pastores mercenários” que aceitavam pagamentos pelos seus serviços. Eles se queixavam que isso separava os pastores dos leigos.
Após lutas, conflitos e debates nas primeiras décadas da Reforma, surgiram quatro formas distintas de protestantismo. São as expressões: luterana, reformada, radical e anglicana do protestantismo. Esses movimentos apareceram primeiro na Europa, depois nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.
O primeiro dos movimentos protestantes foi o luterano. O movimento luterano começou quando o padre católico Martinho Lutero, em 1517, pregou sua lista de 95 teses na porta de sua igreja em Wittenberg, Alemanha. Lutero baseou-se em sua própria experiência para criar uma nova compreensão da fé. Ele insistia que os humanos são incapazes de serem virtuosos sozinhos. E que a retidão vem unicamente de Deus com o perdão dos pecados.
No culto, Lutero manteve mais elementos da missa católica tradicional do que os outros grupos protestantes. Ele acreditava que alguns rituais continham uma tradição antiga e venerável. Mas a doutrina católica da transubstanciação, segundo a qual durante a comunhão o vinho e o pão literalmente tornam-se o corpo e o sangue de Cristo foi substituída por Lutero pela doutrina da “presença real”. A doutrina revisada de Lutero diz que o vinho e o pão não são alterados metafisicamente, mas apenas que Jesus realmente se faz presente durante a comunhão. Lutero baseou sua doutrina na declaração de Jesus na Última Ceia quando Ele quebrou o pão e disse: “Este é meu corpo”. Lutero manteve dois sacramentos, o do batismo e o da comunhão. Mas os outros cinco sacramentos católicos, crisma, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio, foram abandonados ou rebaixados para algo inferior a sacramentos. Lutero dizia que Cristo não os teria instituído e que a esses outros sacramentos faltava a promessa da Graça. Da mesma maneira, Lutero abandonou dogmas católicos como o do purgatório, o das relíquias de santos e o do acúmulo de méritos. Ele acreditava que esses dogmas não possuíam respaldo bíblico claro.
Ulrich Zwingli estava mais para um pastor político. Como ardente patriota suíço, ele defendia os direitos de seu país contra as intromissões de autoridades políticas e eclesiásticas externas. Quando Zwingli assumiu a posição de pastor em Zurique em 1519, ele chamou a atenção ao declarar que pregaria continuamente a partir do Novo Testamento. Zwingli disse que basearia toda a devoção religiosa unicamente na autoridade da Escritura. E isso o levou a se opor a várias práticas católicas tradicionais, tais como o jejum, a prece aos santos, a doutrina do purgatório e a obrigação de pagar o dizimo. O Concílio de Zurique exigiu um debate público entre Zwingli e os representantes do bispo. Para esta ocasião, Zwingli produziu 67 artigos, vários deles centrados no tema emergente da liberdade com relação às regras e às restrições eclesiásticas. As modificações de Zwingli acabaram por tornar-se um padrão para as igrejas reformadas. Em contraste com a abordagem luterana, Zwingli afirmava que a igreja devia fazer apenas o que consta nas Escrituras. Não pode apenas evitar o que é condenado. As diferentes igrejas reformadas aplicaram esse princípio diversamente, mas todas eliminaram muito mais da liturgia católica tradicional que os luteranos.
“A arte era muito importante nas igrejas antes da Reforma. Muitas pessoas não sabiam ler. O latim usado na missa não era compreendido pelas pessoas. Então os fiéis se sentavam no santuário. Sem saber exatamente o que ocorria, não participavam ativamente da missa. E a arte que eles podiam observar, lendo as figuras que estavam nos vitrais, nas pinturas e nas estátuas, se tornou muito importante pra eles. Mas infelizmente para alguns aconteceu de a arte se tornar mais importante do que aquilo que era representado. E isso foi parte da crítica da Reforma. Queriam fugir disto: dos que louvavam mais a obra de arte que o seu tema. Lamentavelmente, foram destruídas muitas peças incríveis na Reforma. Algumas pessoas assumiram a posição de que o único meio de cura estava na destruição de toda a arte. E isso foi muito triste”. (Katheryn Kimball – Curator, The Upper Room Chapel and Museum)
A tradição reformada também começou a procurar o modelo bíblico apropriado para organizar o governo da igreja.
João Calvino, pastor francês em Genebra, achou seu modelo em uma ordem de ministério de quatro frentes que ele dizia ter sido instituída por Jesus. As quatro ordens eram: pastor, doutor (que chamaríamos de professor), ancião e diácono.
Muitas diferenças teológicas impediram que os luteranos e a comunidade reformada cooperassem numa frente protestante comum. A questão que causava mais divisão era a comunhão. Zwingli achava que o conceito de Lutero de “presença real” lembrava demais a transubstanciação católica. Ele argumentava que pão e vinho significam ou representam o corpo e o sangue de Cristo. E a comunhão, por conseguinte, era só um memorial do que Cristo fez. Zwingli acreditava que a comunhão era claramente secundária ao serviço da Palavra. Ele sugeria que a ceia fosse celebrada trimestralmente, opondo-se assim ao desejo de Lutero de manter a Palavra e o sacramento juntos no culto cotidiano.
Os reformados também recebiam os elementos sentados, em vez de irem até a mesa. Os radicais religiosos surgiram logo no início da Reforma. Todo esse grupo de radicais representa um terceiro ramo do movimento protestante.
Havia quatro grupos distintos de radicais: os teocratas revolucionários, os espiritualistas, os antitrinitários e os anabatistas. Os teocratas e espiritualistas surgiram no início da Reforma alemã. Tomas Müntzer alegava ter recebido uma revelação que supostamente ia além da Escritura. E acreditava que essa revelação seria cumprida na história. Müntzer pregava que os eleitos se separassem dos ímpios e declarava que os príncipes cristãos deviam tomar a espada para estabelecer os preceitos de Deus. Durante mais de um século, Müntzer seria um símbolo tanto para protestantes como para católicos romanos. Mas os radicais chegaram a limites perigosos em seus esforços para derrubar a sociedade existente.
O terceiro grupo de radicais foram os antitrinitários. O mais famoso deles no século 17 foi Miguel Serveto, médico e filósofo espanhol, também conhecido como Michael Servitus. Preso em Genebra em 1553 pelas autoridades civis, Servitus foi julgado por heresia e condenado à morte. Sua execução foi importante para a autocompreensão protestante. Ela gerou um debate sobre a essência da fé protestante. Sua execução também gerou uma defesa da liberdade religiosa que se tornaria crucial para os protestantes que viriam. João Calvino participou na condenação de Servitus a ser queimado na estaca. E para ele a execução foi um triunfo da verdade sobre a heresia.
O termo “anabatista” ainda é às vezes usado para identificar vários desses grupos radicais. Mas o termo se aplica de modo mais apropriado a um grupo menor, cujos membros buscavam restaurar o estilo de vida apostólico que existia entre as primeiras comunidades cristãs. A alcunha “anabatista” na verdade foi um termo inventado pelos oponentes desses grupos. “Anabatista” quer dizer “rebatizador” e é usado para grupos que crêem que o batismo não é para crianças. Os anabatistas crêem que o batismo é só para os que podem confessar a sua fé. Os grupos anabatistas mais significativos foram os irmãos suíços, os menonitas e os huteritas. Os menonitas levam o nome de seu teólogo líder e antigo padre Menno Simon, e ficavam na Holanda e no norte da Alemanha após 1540. Na América do Norte, descendentes da tradição menonita incluem várias comunidades amish em áreas rurais de vários estados e no oeste do Canadá. Os anabatistas foram presos, banidos ou executados em graus variados ao longo do séculos XVI e XVII. As razões legais para essa perseguição eram violação da lei civil, rebelião e heresia. A perseguição foi ampla o bastante para criar entre os anabatistas um sentimento de “igreja de mártires”.
“É impossível para os batistas documentarem sua história do modo como outros o fizeram. A documentação é difícil para um grupo perseguido. Por não tolerarmos manipulação em questões religiosas, fomos severamente perseguidos até o ponto de sermos mortos em nossos primórdios. Em especial, onde soberanos resolviam decretar que todos naquele país deviam aderir à mesma igreja. Sentíamos que ser de uma igreja deveria ser uma conclusão da experiência religiosa. Cada um precisa ter uma experiência pessoal com o Senhor. Alguns crêem que você precisa ser batizado para ser salvo. Os batistas nunca defenderam isso. Eles acreditam que você é salvo pela Graça através da fé. Se batizamos por imersão, é porque isso é uma representação do que aconteceu com Cristo. Ele foi morto, foi enterrado e ressuscitou. O batismo vem depois da conversão e não como parte dela. Assim é retratado o que acontece ao indivíduo em sua confiança em Cristo. Ele é enterrado para sua antiga vida de pecados e ressuscita a uma nova vida em Cristo Jesus”. (Dr. James L. Sullivan, Past President, Southern Baptist Convention, Sunday School Board)
Por mais de mil anos a Inglaterra foi católica. No ano de 1509, Henrique VIII subiu ao trono. Ele desposou Catarina de Aragão. Mas ela e Henrique não conseguiram gerar um herdeiro homem. Em 1527, Henrique decidiu que o casamento deveria ser desfeito. Mas o papa se recusou a conceder uma anulação. O parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia em 1534, que declarava o rei Henrique VIII como autoridade suprema da Igreja da Inglaterra. Alguns viram tal lei como o início do protestantismo na Inglaterra. Outros viram a Igreja Anglicana como continuação da Igreja Católica. Mas desde então, como igreja inglesa, com uma autoridade local, o rei.
“O intuito da Igreja da Inglaterra no século 16 era ser uma igreja verdadeiramente nacional. Era para ser a Igreja na Inglaterra, não uma denominação à parte. Necessariamente, a Igreja de todas as pessoas. De certo modo, foi o desenvolvimento natural do que acontecia na Europa daquela época. Os estados-nação estavam em formação. Estavam descontentes com um poder internacional com o papado. Do século 14 em diante, na França, Itália, Alemanha, Espanha, todos os países diziam ‘Queremos continuar católicos romanos na teologia, mas queremos o controle de nossa própria igreja.’ De certo modo, era tudo o que Henrique VIII queria”. (The Very Reverand Reverendo Guy F. Lytle, III – Dean, School of Theology, University of the South)
Para aqueles que a viam como continuação da Igreja Católica, a Igreja da Inglaterra agora se tornara um meio-termo entre o protestantismo e o catolicismo romano.
O protestante Thomas Cranmer ajudou a resolver o problema marital de Henrique VIII, ao propor que a questão fosse colocada não ao papa mas sim aos teólogos das universidades.
O primeiro “Livro de Liturgia Comum”, escrito em 1549 e revisado em 1552, fora, em grande parte, obra do protestante Thomas Cranmer.
“Este é o livro de 1549. O primeiro ‘Livro de Liturgia Comum’ de Cranmer. Sua importância foi que ele se inspirou muito na beleza da liturgia católica da Idade Média, mas traduzindo-a para o vernáculo para ser acessível a todo o povo. O anglicanismo sempre considerou que, apesar da importância do clero e da importância dos bispos, o verdadeiro povo de Deus são os leigos. São todos os batizados que agora participavam totalmente do culto, graças ao trabalho de Cranmer”. (The Very Reverand Reverendo Guy F. Lytle, III – Dean, School of Theology, University of the South)
Em 1533, Cranmer tornou-se arcebispo de Canterbury. Em 1553, o catolicismo foi restaurado na Inglaterra, quando Maria, a filha católica de Catarina, tornou-se rainha. Cranmer foi queimado na estaca junto com algumas centenas de outros hereges protestantes. Outros protestantes fugiram para a Europa continental, para cidades protestantes, como Estrasburgo, Frankfurt e Genebra. Quando Maria morreu, em 1558, Isabel subiu ao trono. Ela era filha de Ana Bolena, segunda esposa de Henrique VIII, e como rainha, foi virtualmente impelida por tal descendência a ficar do lado dos protestantes. A Inglaterra voltava ao protestantismo, e os exilados podiam voltar para ajudar a protestantizar a Igreja inglesa.
Entre aqueles que divergiam do padrão anglicano, estava um grupo chamado de “puritanos”. Eles surgiram em parte de uma disputa sobre o governo da Igreja. Uma das primeiras discórdias envolvia a continuação do uso de vestes ou itens usados pelos pastores nas cerimônias do culto.
“Um dos símbolos inconfundíveis do bispo é o báculo. O bispo é o pastor líder do povo, e pastor significa quem comanda o rebanho. A idéia do báculo como símbolo de autoridade e de ser o pastor líder era, é claro, a de que o bispo pudesse alcançar e resgatar aqueles que precisavam ser salvos. Alguns bispos, com o passar do tempo, também salientaram que o báculo tem outra extremidade, com uma ponta afiada que, quando necessário, o bispo pode usar para espetar alguém, se for necessário.” (The Very Reverand Reverendo Guy F. Lytle, III – Dean, School of Theology, University of the South)
Alguns desses puritanos da Inglaterra podiam ser chamados de presbiterianos. Os puritanos meditavam muito sobre a gravidade do pecado, sua cura e a necessidade de Deus para suscitar a conversão de uma alma individual. Eles estavam convencidos de que a verdadeira igreja de Deus não possuía bispos e estavam comprometidos a um ministério-culto para o anúncio da Palavra na pregação.
Os puritanos mais tarde vieram a ser chamados de independentes e depois de congregacionalistas. Alguns independentes praticavam batismo nos crentes adultos e ficaram conhecidos como batistas. A igreja estabelecida e o Estado da Inglaterra se uniram para resistir a esses críticos, perseguindo muitos deles.
Após a era protestante da Reforma, um período de consolidação começou a delinear fronteiras teológicas e políticas na Europa. Em 1555, a Paz de Augsburgo acabou com as guerras entre os luteranos e os exércitos católicos do imperador do Sacro Império Romano Carlos V. Esse acordo permitiu que cada soberano territorial do Império determinasse se sua terra seria luterana ou católica. Nenhuma outra fé era permitida. Na França, guerras religiosas intermitentes chegaram ao fim com o Edito de Nantes, em 1598. O edito concedia certa liberdade religiosa aos protestantes franceses chamados huguenotes, mas foi rescindido quase um século depois. Os huguenotes foram forçados a fugir para as montanhas francesas ou emigrar. No início do século 17, Jaime VI, da Escócia, tornou-se o rei Jaime I da Inglaterra e fez uma reunião para resolver disputas entre bispos anglicanos e os reformadores. Embora sem conseguir resolver questões envolvendo o governo da Igreja e o culto, chegou-se a uma tradução oficial em inglês da Bíblia para ser usada em todas as igrejas britânicas. A chamada “Versão Autorizada da Bíblia”, mais conhecida como versão do Rei Jaime, surgiu em 1611.
No século 17, a Guerra dos 30 Anos invadiu terras do Sacro Império Romano e acabou com a paz de Westphaliam, em 1648. O império agora reconhecia as igrejas reformadas, além de católicos e luteranos. As guerras civis inglesas na década de 1640 deram liberdade por alguns anos para os presbiterianos dissidentes, independentes e quakers. Fundados por George Fox na década de 1640 e conhecidos como Membros da Sociedade de Amigos, eles mantinham várias convicções consideradas extremamente radicais pelo resto da sociedade. Os quakers afirmavam que práticas protestantes tradicionais, tais como o culto, o batismo e a comunhão eram exteriores e deviam ser rejeitadas. Não permitiam nenhuma ordem especial de pastores. Assim, as mulheres vieram a exercer maior liderança entre os quakers do que em outras expressões protestantes. Eles acreditavam em revelação imediata por obra do Espírito na vida dos crentes e consideravam a revelação bíblica uma fonte claramente secundária. Essa revelação podia ser discernida pela luz interior que Deus teria concedido a todas as pessoas.
“As pessoas entram e ficam em silêncio. Entram apenas uma de cada vez ou com a família, e o silêncio continua por cerca de uma hora, dependendo do que acontece e de como as pessoas se sentem”. (Jonatham Snipes – Society of Friends, Philadelphia Yearly Meeting).
“Isto vem dos quakers pioneiros, ou seja, o conceito de que Deus está dentro de todos. E todo o resto acaba derivando disso, incluindo a revelação contínua e a busca pela verdade”. (Kay Edstene – Friends Council on Education).
“Eu me levantar e romper o silêncio? Eu acho que eu só farei isso quando meu coração disparar e eu souber que é um coisa que eu preciso dizer. Mas a sensação é de sempre ter um espírito se movendo no grupo”. (Jonatham Snipes – Society of Friends, Philadelphia Yearly Meeting)
Com o decorrer do século 17, alguns protestantes reformistas e luteranos começaram a se queixar do caráter da fé e da vida religiosa que surgia dos esforços que competiam para definir a ortodoxia. Esses críticos foram chamados pietistas. O pietismo gerou uma grande quantidade de atividade prática incluindo atenção a questões sociais como educação, auxílio aos pobres, abolição da escravidão e temperança. O experimento religioso inglês terminou quando a monarquia inglesa foi restaurada por Carlos II, em 1660, e a religião anglicana foi rapidamente restabelecida. Os protestantes fora da Igreja inglesa ficaram então oficialmente conhecidos como dissidentes e o Ato de Tolerência de 1689 permitiu seus cultos.
O ressurgimento evangélico ocorreu em circunstâncias bem diferentes na Europa, na Grã-Betanha e nas colônias britâncias na América. Um historiador identificou quatro propriedades da religião evangélica. Primeiro, seu interesse na conversão ao cristianismo, baseado na crença de que vidas precisam ser mudadas. Segundo, a mensagem do Evangelho é expressa no esforço tanto pessoal como social. Terceiro, também há grande consideração pela Bíblia. E, finalmente, a visão evangélica da expiação enfatiza que não basta reverenciar Jesus como líder espiritual. Os evangélicos proclamam que Jesus foi um Salvador que foi sacrificado na cruz pelos pecados da humanidade.
Uma das formas mais importantes de evangélicos do século 18 foi o movimento metodista, fundado e liderado pelo pastor anglicano João Wesley. O entendimento de Wesley da mensagem da tarefa cristãs refletia em vários aspectos os ideais do pietismo. O movimento de Wesley visava renovar as instituições existentes em vez de estabelecer uma nova instituição religiosa. Centrava-se nos leigos e pregava o crescimento na santidade mais do que a correção teológica.
“Para Wesley, a essência do cristianismo é o amor a Deus e o amor ao próximo. Sua preocupação principal não era com uma preocupação intelectual da fé, mas ele se preocupava em viver a fé na vida das pessoas”. (Bishop Kenneth L. Carder – Nashville Episcopal Area, United Methodist Church).
Mas em vários pontos Wesley foi além do que os pietistas tinham ido um século antes. Ele acreditava que todo ser humano tem um papel na própria salvação. Isso significa que ele se opunha à doutrina de predestinação. Sobre a questão de se a graça de Deus é oferecida só a alguns ou a todos, Wesley entrou em discórdia com os calvinistas.
“Pela sua crença na graça divina universal, que era para ‘todos e em todos’, citando suas palavras, ele assim propagou a mensagem do amor redentor de Deus por todas as pessoas. Juntou pessoas em pequenos grupos, educou-as na fé e então enviou pessoas para a América, para continuar aquele movimento. Ele não tinha intenção de iniciar uma nova igreja. Ele somente estava interessado em espalhar a santidade das Escrituras pela Terra”. (Bishop Kenneth L. Carder – Nashville Episcopal Area, United Methodist Church).
“O quadro ‘Ofereça-lhes Cristo’ foi feito com tamanha pesquisa que é como se nós pudéssemos voltar ao final do século 18 e ver João Wesley enviando Tomás Coke para a América. A pesquisa é tão completa, que o sol está na posição correta, as nuvens correspondem à época do ano, o nível da água está correto e, felizmente, o pintor pôde ir até a Inglaterra e examinar esta área específica. Assim ele pôde examinar, estudar e retratar tudo com precisão”. (Katheryn Kimball – Curator, The Upper Room Chapel and Museum)
Wesley organizou pequenos grupos por sexo e estado civil. Ele também desenvolveu uma organização de pastores para viajar entre as comunidades metodistas.
João Wesley morreu em 1791. Durante a sua vida, o movimento metodista permaneceu parte da Igreja Anglicana. Mas, após sua morte, aos poucos foi se tornando uma religião à parte.
Um culto protestante típico possui leitura da Bíblia, orações, sermão e canto de toda a congregação. Mas o que os protestantes cantam e como o fazem, mudou consideravelmente com o passar dos séculos.
Durante o século 16, os primórdios do protestantismo, o canto geralmente envolvia canções métricas.
Os primeiros protestantes só aceitavam orações contendo as próprias palavras de Deus. Assim, diziam que o saltério era o hinário cristão por excelência. Mas, embora a salmodia fornecesse hinos clássicos, como o Salmo 100, apenas algumas variações dos textos antigos podiam ser usadas.
Wesley se impressionou com o poder da música de mover os ouvintes e de despertar suas emoções. E o movimento metodista aproveitou-se ao máximo dessa oportunidade. Wesley recomendava a construção de capelas octagonais, pois a acústica delas era boa para pregar e cantar. João Wesley estava plenamente ciente de que a música exagerada ou inapropriada poderia afastar as pessoas da intenção espiritual adequada. Assim, ele propôs que só canções e hinários autorizados deveriam ser utilizados em encontros metodistas.
O irmão dele, Carlos, escreveu milhares de versos metodistas sobre uma ampla gama de assuntos.
“Se você quiser saber de fato no que os metodistas crêem, descobrirá melhor lendo e ouvindo os hinos de Carlos Wesley do que de qualquer outro jeito, e a teologia que será cantada é uma teologia que terá impacto sobre a sociedade e as pessoas. Os hinos mais conhecidos talvez sejam familiares a todos os cristãos. ‘Hark! The Herald Angels Sing’. ‘Christ The Lord Is Risen Today’. ‘O for a Thousand Tongues to Sing’. ‘Love Divine, All Loves Excelling’. São do tipo de palavras, hinos e canções que penetram fundo na alma e essência das pessoas e da sociedade inteira”. (Bishop Kenneth L. Carder – Nashville Episcopal Area, United Methodist Church)
Os hinos protestantes floresceram no século 19. Os hinos e canções apoiavam causa de organizações voluntárias, tais como sociedades missionárias e grupos de temperança. Hinos seriam adaptados a eventos como cultos de revival. As convicções básicas de uma comunidade religiosa também podiam ser reforçadas e lembradas pela música que, por sua vez, podia ser adaptada para diferentes ambientes.
A Igreja Anglicana dominava as primeiras colônias americanas no século 17 na Virgínia. Como veremos mais tarde, o anglicanismo também viria a dominar as futuras colônias sulistas.
Nas colônias centrais, os povoados em Nova York e Nova Jersey, eram reformistas holandeses ou presbiterianos escoceses-irlandeses. Os quakers se estabeleceram na Pensilvânia. Tal mistura gerou mais diversidade religiosa nas colônias centrais do que nas outras colônias.
As colônias puritanas no norte privilegiavam um meio-termo. Elas não eram nem sectárias nem episcopais. Mas um agregado de congregações individuais, cujos membros comandavam a comunidade. Elas se estabeleceram na Nova Inglaterra visando a estabelecer um experimento sagrado que se tornaria uma luz para as nações.
A conversão ao puritanismo incluía uma série de estágios pelos quais as pessoas deveriam passar. Mas mal haviam começado e já surgiram desafios e dissidência.
Roger Willians, um pastor puritano, se opôs à mistura de autoridades civil e religiosa em sua colônia de Massachusetts. Willians foi banido, e iniciou a colônia de Rhode Island com uma base religiosa bastante diferente.
Anne Hutchinson acusou pastores de tornarem as obras humanas parte do processo de conversão. Sua acusação penetrou fundo no coração da teologia puritana. Hutchinson foi julgada diante dos pastores e também foi banida.
Mais tarde, os quakers chegaram à colônia de Massachusetts para pregar sobre a obra do Espírito Santo e para defender a tolerância de crenças dissidentes. Eles também foram banidos. Alguns dos quakers banidos voltaram a Massachusetts e na segunda prisão foram encarcerados ou enforcados.
Em 1742, o pastor congregacional da Igreja de Northampton, Jonathan Edwards, escreveu sobre o que as pessoas chamavam de “um grande geral despertar nas colônias”. O despertar na América foi parecido com o europeu, mas foi tão trágico que Edwards começou a achar que Deus fazia algo especial na América. Uma renovação da religião agora se centrava na conversão daqueles fora da Igreja e na separação daqueles que não tinham sido convertidos.
Fortes opiniões sobre tais questões dividiram os presbiterianos entre a chamada “facção nova”, que defendia o despertar, e sua oponente, a “facção antiga”. Esse cisma presbiteriano persistiu por volta de 20 anos. No final, o Grande Despertar provou ser um dos movimentos religiosos mais influentes da história americana.
No século 18, o sul dos Estados Unidos continha apenas as quatro colônias de Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. Todas, menos a Virgínia, recentemente assentadas. Mas as tradições que se iniciaram no sul acabaram por causar grande impacto sobre o protestantismo dos Estados Unidos. Batistas e metodistas no sul chamavam-se de irmão e irmã, e incluíam escravos em suas famílias religiosas. Os sulistas se concentravam mais em questões de santidade pessoal freqüentemente condenando danças e bebida. Os sulistas tentavam reproduzir a instituição religiosa anglicana na que se tornaria conhecida como Igreja Episcopal nos Estados Unidos.
O novo estilo religioso dos despertares do século 18 transformou o convívio entre as raças negra e branca. Os evangélicos no sul dos Estados Unidos em geral acolhiam bem todos os tipos e condições de pessoas incluindo pastores negros, que viraram líderes de comunidades religiosas, principalmente batistas e metodistas.
Muitos evangélicos eram contra a escravidão. Mas no início do século 19, o evangelismo branco recuou em suas posições antiescravagistas e o evangelismo negro seguiu por uma trilha distinta.
“Em novembro de 1786, a ruptura mais drástica, com a igreja mãe, a Igreja Metodista de São Jorge, na Filadélfia, ocorreu quando Absalom Jones, William White e Richarde Allen tentaram ajoelhar e orar no altar. Os diáconos da igreja, que era predominantemente branca, os retiraram fisicamente, e a congregação, o segmento negro da congregação, sentiu-se ultrajada. E eles, de um modo bem dramático, se retiraram. Em decorrência disso, entre 1787 e 1791, nascia uma igreja sob o nome de The First Church Mother Bethel, na Filadélfia”. (Robert. D. Taylor, Jr. – Author, Historian and Minister of Music, Mother Liberty C. M. E. Church)
O novo estilo religioso do século 19 era cada vez mais baseado em valores democráticos, algo que metodistas e batistas possuíam em abundância. Em seus pastores, eles queriam entusiasmo mais que educação, e encorajavam ativamente a participação dos leigos em todos os aspectos da obra, incluindo a pregação.
Os pastores itinerantes se adaptaram muito bem à expansão da fronteira ocidental. E a ênfase metodista e batista no livre-arbítrio em vez de predestinação se encaixou ao espírito da nação.
Tal panorama se tornou a base para uma nova onda de revivals no primeiro terço do século 19. A energia espiritual dos revivals espalharia novas denominações protestantes como a Igreja Presbiteriana de Cumberland e a Igreja Cristã ou Discípulos de Cristo.
“O fenômeno que estava tomando Kentucky naquela época foi o segundo grande despertar, em especial o granderevival em Cana Ridge, em agosto de 1801, e acabou por ser o mais climático e grandioso de todos os revivals. Havia pessoas de todas e de nenhuma convicção religiosa. Mas um fenômeno surgiu que ainda nos causa espanto hoje, como causava naquela época. As pessoas se surpreendiam fazendo exercícios espirituais. Algumas rolavam no chão, algumas latiam como cães, outras tinham grandes surtos de gargalhadas. É um mistério, mas quem pode explicar tudo que se relaciona com o Espírito? Porém, existe um acordo que é o poder desse momento de transcender as divisões entre as denominações. Presbiterianos ouvem metodistas, metodistas ouvem batistas. Que bom era estar em comunhão no mesmo espírito e na adoração de Deus”. (Peter Morgan – Disciples of Christ Historical Society)
Normalmente as mulheres não podiam se tornar líderes protestantes. Mas muitas participavam daquele entusiasmo, empregando-o a seu modo. Francis Willard organizou mulheres para apoiar a temperança. Algumas mulheres, como Jarena Lee, reivindicavam o direito de pregar.
A chamada Era Moderna tem sido caracterizada com termos sugestivos, tais como “liberal” e “democrática”.  Foi a época do desenvolvimento de impérios industriais e complexos urbanos.
A modernidade também foi caracterizada por idéias que incluem o capitalismo, o nacionalismo, o colonialismo e o darwinismo. Para os protestantes, a Era Moderna foi cheia de oportunidades e ansiedade. Os protestantes liberais acreditavam que a fé religiosa é consistente com a crítica acadêmica. E que se pode descartar muito das velhas tradições, a fim de preservar a essência da mensagem cristã. Para os liberais, a pior coisa que os cristãos podiam fazer seria tentar proteger ou isolar a Bíblia de seus críticos. Assim, para os protestantes liberais a Bíblia é um livro humano e histórico, assim como a religião é um fenômeno humano.
O século 19 também testemunhou um ressurgimento conservador entre os protestantes. E não apenas entre devotos antiquados do tipo que interpretam literalmente os relatos da Criação no Gênese.
Os liberais alegavam que o homem tem a capacidade de conhecer o desejo de Deus. Os conservadores argumentavam o contrário, que Deus só é conhecido por meio da revelação bíblica.
Os textos bíblicos mencionam o chamado “fim dos tempos” e espera-se que Jesus Cristo volte em glória.
Os pré-milenaristas acreditavam que nos aproximávamos desse milênio. Eles rejeitavam a esperança liberal nas possibilidades humanas na Terra. Eles alegavam que a volta de Cristo seria um cataclisma carregando os crentes para fora do mundo para estar com Deus.
“E eu vi o céu aberto: apareceu um cavalo branco e o seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e combate com justiça”.
Algumas visões milenaristas geraram novas religiões no século 19. Liberais e conservadores coexistiam sob a mesma denominação. Nos pontos extremos do debate, houve discussões notáveis incluindo cismas de denominações e até julgamentos de heresia. Mas tais conflitos não geraram grandes reajustes institucionais.
No século 20, o movimento ecumênico também remodelou o juízo cristão sobre outras religiões. A postura antiga de rejeitar e condenar religiões não-cristãs foi questionada. A mensagem evangélica tradicional de simplicidade e clareza, centrada na confiabilidade na Bíblia e na salvação em Jesus Cristo, atraiu muitos seguidores na metade final do século 20.
“Protestante” é um termo amplo e flexível. Se indagarmos, poucos membros de igrejas protestantes se identificariam primeiro como “protestantes”.
Uma provável primeira descrição seria “cristão” ou nome de uma denominação específica ou adjetivos definidores como “evangélico” ou “pentecostal”. Vários protestantes têm diferentes visões da natureza da igreja, do ministério, do culto e da autoridade religiosa. Eles celebram o batismo e a comunhão de modos diferentes e associam diferentes significados a esses dois sacramentos. E apesar da diversidade das idéias protestantes ou da volatilidade que isso traz, os compromissos fundamentais do protestantismo continuam a dar significado e vitalidade a essa expressão ampla e mundial da religião cristã.
Fonte: A Greenstar Television, 1998, Religions Of The World, LLC
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Legendas Videolar, texto transcrito por Hudson Lebourg

Calvinismo versus Arminianismo: qual das visões está correta?

Pergunta: "Calvinismo versus Arminianismo: qual das visões está correta?"

Resposta:
O Calvinismo e o Arminianismo são dois sistemas teológicos que tentam explicar a relação entre a soberania de Deus e a responsabilidade humana em relação à salvação. O Calvinismo recebeu este nome por causa de John Calvin (João Calvino), teólogo francês que viveu de 1509 a 1564. O Arminianismo recebeu este nome por causa de Jacobus Arminius, teólogo holandês que viveu de 1560 a 1609.

Os dois sistemas podem ser resumidos em cinco pontos. O Calvinismo defende a “depravação total”, enquanto o Arminianismo defende a “depravação parcial”. Segundo a “depravação total”, cada aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado, e por isso, os seres humanos são incapazes de vir a Deus por iniciativa própria. A “depravação parcial” defende que cada aspecto da humanidade está contaminado pelo pecado, mas não ao ponto de fazer que os homens sejam incapazes de colocar sua fé em Deus por iniciativa própria.

O Calvinismo defende a “eleição incondicional”, enquanto o Arminianismo defende a “eleição condicional”. A “eleição incondicional” afirma que Deus elege pessoas para a salvação baseado inteiramente em Sua vontade, e não em nada que seja inerente à pessoa. A “eleição condicional” afirma que Deus elege pessoas para a salvação baseado em sua pré-ciência de quem crerá em Cristo para a salvação.

O Calvinismo defende a “expiação limitada”, e o Arminianismo defende a “expiação ilimitada”. Este, dos cinco pontos, é o mais polêmico. A “expiação limitada” é a crença de que Jesus morreu apenas pelos eleitos. A “expiação ilimitada” é a crença de que Jesus morreu por todos, mas que Sua morte não tem efeito enquanto a pessoa não crê.

O Calvinismo defende a “graça irresistível” e o Arminianismo, a “graça resistível”. A “graça irresistível” defende que quando Deus chama alguém para a salvação, esta pessoa inevitavelmente virá para a salvação. A “graça resistível” afirma que Deus chama a todos para a salvação, mas muitas pessoas resistem e rejeitam este chamado.

O Calvinismo defende a “perseverança dos santos”, enquanto o Arminianismo defende a “salvação condicional”. A “perseverança dos santos” se refere ao conceito de que a pessoa que é eleita por Deus irá perseverar em fé e nunca negará a Cristo ou se desviar Dele. A “salvação condicional” é a visão de que um crente em Cristo pode, por seu livre arbítrio, se desviar de Cristo e, assim, perder a salvação.

Portanto, neste debate entre Calvinismo e Arminianismo, quem está correto? É interessante notar que na diversidade do Corpo de Cristo, há toda a sorte de mistura de Calvinismo e Arminianismo. Há quem apóie cinco pontos do Calvinismo e cinco pontos do Arminianismo, e ao mesmo tempo, há quem apóie apenas três pontos do Calvinismo e dois pontos do Arminianismo. Muitos crentes chegam a um tipo de mistura das duas visões. No final, é nossa visão que os dois sistemas falham por tentar explicar o inexplicável. Os seres humanos são incapazes de compreender totalmente um conceito como este. Sim, Deus é absolutamente soberano e de tudo sabe. Sim, os seres humanos são chamados a fazer uma decisão genuína a colocar sua fé em Cristo para a salvação. Estes dois fatos parecem contraditórios para nós, mas na mente de Deus, fazem completo sentido.

Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/Calvinismo-Arminianismo.html#ixzz3SDrisZ2p

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Judas foi predestinado para trair Jesus?

Judas Iscariotes era predestinado por Jesus ao lago de fogo mesmo antes ou depois da fundação do mundo?
Nesse artigo eu quero tratar de um dos apóstolos escolhido por Deus cujo nome era  Judas Iscariotes ou    אִישׁ־קְרִיּוֹת  יהוּדָה ( Hbr. Yehudhah ish Qeryoth). Iscariotes não era seu sobre nome e sim a aldeia de onde ele viera segundo São Jerónimo – seria o nome simplificado da aldeia, ou mais provavelmente um conjunto de aldeias, de Queriote-Ezron (Josué 15:25) – nome que significa “cidades de Ezron” – localizada na província romana da Judeia (no território da Tribo de Judá) e que é comumente identificada com a moderna Qirbet el-Qaryatein, situada a cerca de 20 km a sul de Hebron, ou seja, ele era o único não galileu.
Judas se tornou conhecido por ter traído Jesus, o homem que tanto o instruiu nos sermões dos montes, sinagogas, templo e etc. Há um ritual In Memorian conhecido como ‘Malhação de Judas ou Queima de Judas’ é uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América Latina pelos espanhóis e portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes.
Mas o que levou Judas a participar do consórcio para matar Jesus? Será que Cristo o escolheu para tal tarefe horrorosa, ou por ventura já era profética tal atitude e ele não podia resistir? Deus havia programado Judas a participar da morte do seu filho, ou  Ele pela sua presciência sabia que seria Judas? Para responder a essas questões eu separei alguns pontos que mostram que era impossível que Judas fosse predestinado ao lago de fogo simplesmente por um decreto manipulador da parte do Criador. Mostrarei que Jesus não foi injusto com Judas em nenhum momento e que ele teve todas as chances possíveis!
1º No capítulo 22 e nos versos 14-30 do evangelho de Lucas, é narrada uma reunião onde Cristo instituiu a ceia e que  de forma indiscutível são apresentadas 13 pessoas sendo uma delas Jesus e o restante seus ➜12 apóstolos.
Nessa mesma festividade Jesus refaz a promessa que Ele havia feito há tempos atrás quando após anunciar as boas novas ao jovem rico ele prometeu que os➜12 apóstolos se assentariam em ➜12 tronos para julgar as ➜12 tribos de Israel (Mt 19:28) e após repetir essa promessa aos➜12 apóstolos ele faz mais uma, vejamos:
“E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco(12) no reino de meu Pai.” (Mt 26.29).
Observem que Jesus Cristo reforça ainda mais o seu encontro com os 12 apóstolos presentes na mesa da ceia. Para os que creem na doutrina da predestinação fatalista fica vários questionamentos insolúveis diante das evidências bíblicas. Isso nos mostra claramente que essa doutrina desenvolvida no século XVI nunca foi crida pelos apóstolos ou pelos pais da igreja. Os predestinacionistas fatalistas ensinam que Jesus quando fez essas promessas não incluiu a Judas pelo simples fato de não ter citado entre os nomes dos➜ 12 que se “assentariam nos” ➜12 tronos para julgar as ➜12 tribos chegando até a insinuarem que Jesus fizera as promessas aos 11 apóstolos e que ou Paulo ou Matias estaria sendo insinuado por Jesus nessa noite, embora ele tenha citado o número de tronos que os tais que estavam na ceia se assentariam. E há os que creem que o fato de não aparecer no NT Judas chamando Jesus de Senhor é uma forte prova que ele não era crente de verdade. Todavia essa forma de pensar se torna um erro gravíssimo de interpretação de texto, pois nos textos onde aparece Jesus fazendo essas promessas, sempre é citado os pronomes oblíquos átonos e tônicos, VÓS, VOS e CONVOSCO, pronomes aplicados aos 12 apóstolos originais dentro desse contexto, pois como foi dito no início só estavam presentes Jesus e os seus 12 discípulos. E o fato de não aparecer no Novo testamento o apóstolo Judas chamando Jesus de Senhor em nada influi uma vez que também não vemos Bartolomeu e nem Simão o Zelote assim o chamar.
2ª Não entendemos que Judas fora predestinado ao lago de fogo por um decreto arbitrário da parte de Deus, visto que no texto bíblico são mostradas várias dádivas que somente um crente verdadeiro pode tê-las, como bem podemos ver a seguinte:
“Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades.
A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos;
  Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:1-8 ARA)
Como lemos, Judas recebeu dádivas espirituais na mesma proporção dos demais apóstolos e ainda Jesus o enquadrou naqueles que iriam ser entregues aos sinédrios por amor do seu nome, mas que nenhum dos apóstolos temessem na hora de falar, uma vez que quem falaria por ele seria o Espírito Santo, mas que somente os que perseverassem até o fim poderiam ser salvos (Mt 10.22).
Mas há quem questione que Judas era o diabo, porem o texto diz “um diabo” e não “o diabo”, não há esse artigo definido no texto grego e sim o adjetivo cardinal εἷς :
ἀπεκρίθη αὐτοῖς ὁ Ἰησοῦς· οὐκ ἐγὼ ὑμᾶς τοὺς δώδεκα ἐξελεξάμην; καὶ ἐξ ὑμῶν ➜ εἷς διάβολός ἐστιν.
(Joh 6:70 BNT).
Logo, quando Jesus se referiu dessa forma, ele estava comparando a atitude que Judas iria cometer como as do diabo e não que ele fosse o adversário de nossas almas, posto que se Judas fosse o diabo como alguns acham, como Jesus iria dar-lhe poder para exorcizar Satanás se ele era o próprio?
“Como pode Satanás expelir a Satanás?” (Mc 3:23).
3º Se Judas fosse predestinado por Deus ao sofrimento eterno e sem nenhuma chance de ter outro destino, como poderia Jesus ter pronunciado a palavra “amigo”? Palavra explicitada em aramaico e registrada pelo apóstolo João em grego como ταρε, que segundo os léxicos e dicionários de Walter Bauer  BDAG; TDNT; EDNT; FRIBERG; LS; LEH;UBS; THAYER; GNT; LIDDELL-SCOTT e ainda LOW-NIDA da Sociedade Bíblica do Brasil pág/ 400 e o dicionário de STRONG atestam que esse vocábulo significa amigo, companheiro de lutas, camarada, meu amigo e etc…, ele a teria pronunciado como forma hipócrita, pois eu creio que Jesus quando disse “amigo”, Judas era seu amigo mesmo e que Jesus o amou até o fim (Jo 13) como fez ao orar ao Pai que não imputasse culpa aos que o crucificavam visto que eles NÃO sabiam o que estavam fazendo (Mt 27:3-4)?
Deus, na sua presciência, sempre soube que Judas faria tudo o que fez, mas isso não significa que ele não teve todas as oportunidades de fazer seu destino diferente. Judas não poderá acusar ao Soberano do Universo de ter manipulado seu destino e o predestinado de maneira arbitrária a ser um traidor desprezível. Judas deu lugar ao diabo tanto quanto Pedro. Matias poderia ter tomado o lugar de qualquer um, mas Judas fez por merecer o epiteto de TRAIDOR.
Conclusão:
Se Judas fosse um “predestinado incondicional” ao lago de fogo, ele não deveria ter recebido as promessas de:
1º Ser um dos juízes que se assentaria em um dos 12 tronos (Lc 22.30).
2º Participar da mesa com Cristo e os demais servos de Deus na glória (Mt 26.29).
3º Ser entregue aos sinédrios por amor ao nome de Jesus (Mt 10.17).
4º Receber a segurança de falar às autoridades inspirado pelo Espírito Santo (Mt 10.20).
5º E não seria jamais considerado com um amigo íntimo de Jesus, pois aquele que é amigo do mundo ou do mal se constitui INIMIGO de Deus-Jesus (Tg 4.4).
Mas por que nenhuma dessas profecias se cumpriu sobre a pessoa do apóstolo Judas? Pelo simples fato de ele não ter escolhido permanecer ou perseverar como ministro do evangelho e obedecer à voz de Deus.  Outro caso de promessas não cumpridas é a de Moisés. Moisés que tinha a promessa de entrar na terra prometida com a sua congregação, todavia essa promessa nunca se cumpriu por justamente ele ter escolhido desobedecer a Deus ao ferir a rocha ao invés de falar á rocha como o Senhor ordenara (Nm 20:8-12; Dt 32.50-52) . Ou seja, o que se cumpriu em Judas foi nada mais e nada menos do que a exclusão do seu nome do livro da vida como colheita daquilo que ele plantou como bem frisou Deus ao dizer:
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro.” (Ex 32.33).
Isto é, qualquer que tiver seu nome escrito no livro da vida, pode tê-lo riscado, basta somente permanecer em desobediência (1Tm 4.1-2; 2Pe 2). A crença de que Judas nasceu condenado nunca passou pela mente dos cristãos primitivos. Esse ideia equivocada somente  passou a ter alguma credibilidade após o movimento estatal de reforma do século XVI e não antes como podemos ver na citação de Crisóstomo:
 “Judas, meu amado, foi no princípio um filho do reino, e ouviu o que lhe foi dito com os discípulos, ‘Vós sentareis sobre doze tronos; ’ mas depois se tornou um filho do inferno.”
Amém!


.Fonte: www.cacp.org.br